Entrevista realizada para o Programa Hangout E-commerce com Fernando Mansano.
Qual a melhor forma de conseguir linkar o site de e-commerce com as mídias sociais? E integrar esse engajamento com resultados positivos?
R: O trabalho de mídias sociais primeiramente deve ser planejado de forma individual, saber o que falar e como falar com o público em cada mídia é fundamental. A partir do planejamento, sugerimos disseminar informações úteis aos consumidores, tais como benefícios de produtos e serviços que envolvam o seu mercado de forma direta (trabalhar os produtos em si) e de forma indireta (serviços prestados por empresas ou profissionais que utilizam seus produtos na prestação de serviços deles).
Análise de engajamento de mídias em e-commerce entendemos por conversão de canal. Basta mensurar as conversões realizadas através do canal e realizar o cálculo de ROI (retorno sobre o investimento).
Qual a visão do que mudou no e-commerce de meados de 2010 para cá?
R: Do ano de 2010 até hoje o e-commerce brasileiro amadureceu muito com a entrada de empresas especializadas em e-commerce no mercado.
Focando todos seus serviços e produtos para atender esta demanda as empresas também precisavam de profissionais qualificados e desde então escolas especializadas em cursos para e-commerce nasceram, pós-graduações e especializações até no exterior tem chamado a atenção das pessoas que querem fazer carreira na área.
Grandes indústrias também aderiram ao e-commerce e além de vender para seus distribuidores, muitas já possuem sua própria loja virtual e assim conseguem atingir diretamente o consumidor final, essa prática é uma tendência e somente 3% das indústrias possuem seu e-commerce. Um mercado a explorar não?
Qual a melhor plataforma de e-commerce para venda de roupas no Brasil?
R: Primeiramente é necessário analisar o planejamento de negócios e saber exatamente qual o valor disponível para investimento em plataforma. Após a análise real dos recursos financeiros sugerimos buscar informações com empresas que só trabalham com plataformas, assim evita-se aborrecimentos em relação a prestação de serviços, prazos, negociações e surpresas na hora de pagar a fatura mensal.
Abrir concorrência é de suma importância, converse com três ou mais plataformas e veja o que cada uma tem a oferecer, exponha suas necessidades e peça para conhecer casos de sucesso.
Durante um processo de escolha de plataforma de e-commerce, onde temos no Grupo uma empresa B2C e outra B2B com certas particularidades e necessidades distintas, devemos focar na escolha de uma única plataforma ou de duas diferentes, mais especializadas em cada segmento?
R: Caso as informações (dados) de um projeto necessitem vínculos entre as empresas é de se pensar em uma única plataforma, bem estruturada e que consiga atender a demanda de pedidos e acessos.
Sendo informações não compartilhadas, podemos pensar em duas plataformas distintas, assim as particularidades de cada negócio não irão interferir no outro. Obviamente a análise de custos e retorno devem ser levados em conta na hora da escolha. Converse com algumas plataformas e veja o que elas podem te oferecer de soluções.
Estou com uma loja virtual em desenvolvimento e gostaria de saber mais sobre gateways de pagamento.
R: Os gateways de pagamento são empresas que intermediam o pagamento realizado em e-commerce. Alguns gateways cobram taxas de serviços fixas ou porcentagens sobre vendas. Escolher o gateway correto irá dar sustentação ao negócio, garantindo assim que seu consumidor possa realizar os pagamentos de maneira segura e rápida. Faça um levantamento da empresa na internet e veja se ela está apta a realizar este serviço, procure informações em blogs e sites de referência, não vá só pela publicidade.
Com a efemeridade das diferentes redes sociais, vale a pena montar e-commerce pelo Facebook, como foi o caso da Gol?
R: Cada rede social funciona de uma maneira, com públicos diferentes e a forma de se comunicar com esses públicos também deve ser diferenciada. Há casos de sucesso no mercado em relação a lojas virtuais dentro do Facebook e em outras redes. O correto é saber exatamente o comportamento do seu público e o que ele espera, este levantamento irá te dar um norte e te auxiliar na decisão. Faça uma pesquisa de mercado, pode ser online mesmo.
Sempre tive “alma” de empreendedor, e tenho alguns projetos na área digital, sendo um deles um e-commerce. Mas como iniciar o projeto? Como fazer meu plano de negócios? Como estruturar meu e-commerce de forma sustentável?
R: O estudo de mercado, do público-alvo, fornecedores entre outros podem ser o ponto de partida.
Realizar um plano de negócios vai além de números, requer conhecimento profundo do ramo que pretende atuar. O SEBRAE é mestre nisso, poderá ajudar na elaboração do plano de negócios da forma correta. Para manter seu e-commerce de forma sustentável é necessário um planejamento prévio e isso você consegue através de uma consultoria especializada em e-commerce. Podemos orientá-lo em relação ao seu projeto, entre em contato conosco.
Há espaço para pequenos varejistas disputar no comércio eletrônico junto com os grandes players?
R: Sim, e há muito espaço. Principalmente quando o pequeno varejista tem foco em um nicho de mercado específico. Os grandes varejistas online diversificam sua gama de produtos ao máximo e por vezes sacrificam o lucro de alguns produtos para se manterem competitivos.
Outro motivo que leva o pequeno varejista a ganhar espaço é na parte do atendimento, suporte e retorno ao consumidor final. Devido ao baixo volume de vendas diárias é possível atender e compreender melhor o cliente e fideliza-lo.
O uso de plataformas abertas como o Magento possuem um bom nível de segurança da informação? Mesmo se usar plataforma de pagamento direto via banco ao invés de Moip ou PagSeguro?
R: O Magento Commerce é um produto robusto, complexo de ser operado, indicamos neste caso um profissional qualificado (se possível certificado) ou agência para conduzir o projeto desde a instalação até a personalização. Devido a sua complexidade o Magento Commerce é bem seguro. Obviamente que a segurança não está 100% ligada somente ao Magento mas sim a diversos fatores como um bom servidor, programação, módulos e plugins bem instalados e de fontes confiáveis, um certificado de segurança entre outros.
Para utilizar os meios de pagamentos diretos sem gateways de pagamento é necessário e até obrigatório o certificado de segurança (SSL), sugerimos o de 256 Bits. Pesquise bem antes de contratar o serviço de alguma certificadora. As mais conhecidas do mercado são a Certisign e Thawte.
O que escolher? Uma ferramenta grande visando o crescimento da loja ou iniciar com um e-commerce pequeno, onde futuramente terei que trocar por um maior, ou pagar para desenvolvedores para adaptá-lo as exigências da loja que cresceu?
R: A escolha da plataforma de e-commerce deve ser muito bem pensada. Sempre que necessitar migrar dados de uma plataforma para outra haverão dores de cabeça e custos altos.
Quanto ao porte da plataforma é necessário antes possuir um plano de negócios. Através deste planejamento você terá a previsão de crescimento com metas e objetivos estabelecidos, sendo assim conseguirá projetar também que tipo de plataforma irá melhor atender sua necessidade. Neste caso nem sempre a maior plataforma será a melhor.
Tenho que necessariamente ter o meu e-commerce em alguma plataforma, ou posso contar com programadores, igual era feito inicialmente?
R: Entre contratar uma plataforma ou desenvolver uma do zero é questão de custo e tipo de negócio.
Caso não encontre (o que é difícil hoje) alguma plataforma que satisfaça sua necessidade, procure um profissional qualificado ou uma agência para que auxiliem no desenvolvimento.
É importante se atentar a alguns detalhes que por vezes passam desapercebidos, tais como tipo de contrato, manutenção, valor / hora, prazos, quem será o detentor do código fonte, banco de dados e layout.
Quais os principais itens a serem avaliados na contratação de uma plataforma e qual item pesa mais na comparação entre plataformas?
R: Antes da contratação é necessário possuir um plano de negócios, assim o primeiro fator poderá ser o custo de setup (instalação e configuração da plataforma, assim como sua personalização). Caso os preços sejam equiparados entres as plataformas de e-commerceque estiver cotando, procure saber como a plataforma irá lhe cobrar mensalmente pelos serviços prestados, algumas cobram valor baseado em pageview (número de páginas visualizadas na loja), outras cobram um percentual sobre as vendas.
Em caso de pageview questione sobre os robôs dos buscadores (GoogleBot por exemplo) e saiba se os acessos dos buscadores em sua loja geram números para pageviews. Essa questão é muito importante pois ao realizar o trabalho de SEO em seu e-commerce é muito provável que o GoogleBot (robô do Google que indexa suas páginas) visite sua loja virtual muitas vezes durante o mês, gerando pageviews altos. Caso a plataforma diga que os acessos dos robôs contam para a contabilização de pageviews tente negociar isso, muitas delas negociam estes valores podendo até eliminar este custo.
O mesmo vale para o percentual das vendas, caso sua margem de lucro seja apertada pagar mais 4% ou 5% para a plataforma pode ser um prejuízo. Apresente um planejamento de crescimento para a plataforma e negocie valores.